quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Exército De Um Homem Só

         Minhas costas doem, minha vida trancorre em forma de letras que unidas formam esse texto que aqui redijo. O semblante rígido daquele homem sentado em um banco, embaixo de um salgueiro, chega parecer uma estátua em sua eterna imobilidade. Feições de uma pessoa que está preocupado com incertezas e indecisões que permeiam seu ser.
          Ele percorre as linhas de um livro, do qual conta a saga de um guerreiro que desafiou tudo e a todos, sozinho pela causa mais nobre, mais pura e justa. Ele lutou contra tudo e a todos pelo direito de poder amar, de poder ter um sentimento, pois naquela história, as pessoas eram privadas de sensações, de desejos e sonhos. Apenas os seletos em uma sociedade monárquica tinham o direito de ter sentimentos. O livro é um volume razoavelmente grosso, e o homem da face tacitúrnica continua sua leitura sem pestanejar.
           Um senhor de idade avançada senta-se ao seu lado. Acomoda-se e coloca sua bengala sob o chão. Com um olhar singelo, ele pergunta para aquele homem ali sentado, do que se tratava a história. Com sua face imutável, ele vira o rosto e diz que a história trata-se de um guerreiro que desafiou tudo e a todos para poder amar alguém, para poder sentir um sentimento como os nobres de uma sociedade monárquica.

            continua...

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