domingo, 20 de fevereiro de 2011
Palavras e Sutilezas - O Semblante De Um Poeta Esquecido II
Então me diga, me diga se essa jornada acaba aqui
Se meus dias foram tendenciados a andar entre as sombras
Pois a jornada não sacia seu tortuoso e insinuoso andar
Nas pedras, nos percalços dessa vida, eu não temerei
Nem mesmo aquilo que não conheço
E mesmo fadado ao esquecimento, eu não lhe mencionei
Dama que percorre meus sonhos
Andante constante de meus desejos e desígnios
Me diga se minha jornada acaba aqui
Nesse tortuoso e incerto caminho que sigo a andar
Antes que a porta se feche
Ou as cortinas caiam
Meu caminho prossegue, nos infortúnios de meu destino
Caminhando sozinho, eu sigo minha jornada
Caminhando sozinho, mesmo assim sua voz me persegue nos sonhos
E eu me lembro
Quando meu caminho não eram passos em uma estrada incerta
E eu me lembro
Quando havia um guia nessa jornada
E quando não conseguia andar
Eram minhas pernas e passos que lhe levavam adiante
Era o momento de falar ou de calarmos para todo sempre
Ao menos as palavras me deram o fôlego e o refúgio suficiente
A dama de meus sonhos
Deixada no esquecimento, no limiar de meus dias
Ela abandona meus dias e noites
E segue em sonhos que não me pertencem mais
Em sonhos que não me dizem mais respeito
E eu me lembro
Que agora eu ando só, em um caminho incerto
E eu me lembro
Que sempre fui meu guia e sempre dei meus passos
E eu me lembro
Que sempre andei...sozinho...
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